Transporte Rodoviário Brasileiro
Apesar do alto custo e das deficiências das estradas, é o principal meio de transporte do país. Em 1998 havia 1,7 milhões de quilômetros de estradas, dos quais apenas 161 mil deles eram asfaltados (aproximadamente 9,5%), segundo informações do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). De acordo com a 4ª Pesquisa Rodoviária Nacional, realizada pela CNT em 1999, o estado geral de conservação, pavimentação e sinalização das rodovias federais foi considerado deficiente em 72,8% da área analisada. Foram considerados 38.188 km de estradas federais pavimentadas (74,3% do total) e 4.627 km de rodovias estaduais. Além disso, as rodovias apresentam falhas estruturais, como o predomínio de pistas simples em regiões de topografia acidentada, dentre outras.
Com a transferência das rodovias para o setor privado, cresce o número de pedágios e o valor das tarifas. Nos últimos quatro anos, no Estado de São Paulo, as viagens para o interior e outros estados que se utilizam de rodovias estaduais e federais tiveram um aumento do custo para os usuários em torno de 45%. Entretanto, por outro lado, as condições de segurança, sinalização e estado do piso são realmente bem superiores à média nacional e à de outras rodovias que não dispõem do sistema de pedágios, visto que os valores ali arrecadados são para manutenção da sua própria malha viária.
O transporte rodoviário ainda enfrenta outros problemas, como o roubo de cargas e a enorme quantidade de veículos com mais de 10 anos de uso, inadequados para rodar em segurança pelas estradas.
As rodovias são divididas em federais e estaduais. As rodovias federais apresentam a seguinte classificação:
Rodovias radiais: BR-0xx - rodovias que partem da capital federal em direção aos extremos do país
Rodovias longitudinais: BR-1xx - rodovias que cortam o país na direção norte-sul
Rodovias transversais: BR-2xx - rodovias que cortam o país na direção leste-oeste
Rodovias diagonais: BR-3xx - rodovias podem apresentar dois modos de orientação: noroeste-sudeste ou nordeste-sudoeste
Rodovias de ligação: BR-4xx - rodovias apresentam-se em qualquer direção.
Existem algumas rodovias com a nomenclatura: BR-6xx .Estas são de pouca extensão.
Características do transporte rodoviário de carga no Brasil:
- Possui a maior representatividade entre os modais existentes;
- adequado para curtas e médias distâncias;
- baixo custo inicial de implantação;
- alto custo de manutenção;
- muito poluente, com forte impacto ambiental;
- maior flexibilidade, com grande extensão da malha;
- transporte com velocidade moderada;
- os custos tornam-se altos para grandes distâncias;
- baixa capacidade de carga, com limitação de volume e peso;
- integra todos os estados brasileiros.
Descrição da malha rodoviária:
O Brasil possui 1,7 milhão de quilômetros de estradas, sendo:
Estradas pavimentadas: 12,9% (221.820 quilômetros)
Estradas não pavimentadas: 79,5% (1.363,740 quilômetros)
Estradas planejadas: 7,5% (128.904 quilômetros)
Rodovias estaduais: 14,8% (255.040 quilômetros)
Rodovias municipais: 78,11% (1.339,26 quilômetros)
Rodovias federais: 7% (119.936 quilômetros)
Rodovias pavimentadas em obras: 13.830 quilômetros
Rodovias duplicadas: 9.522 quilômetros
Rodovias simples: 192.569 quilômetros
Fonte: DNIT. (Atualizado em Setembro/2014 - Sistema Viário Nacional)
Concessões de Rodovias:
1995 – 2002 ----- > 1316 Km foram concedidos em 6 rodovias, com tarifa média de R$ 10,40
2003 – 2010 ------ > 3305 Km foram concedidos em 8 rodovias, com tarifa média de R$ 3,80
2011 – 2014 -------> 5350 Km foram concedidos em 7 rodovias, com tarifa média de R$ 3,50
Nova etapa de concessões: Investimentos projetados
- 5 Leilões em 2015 – R$ 19,6 bilhões
- 11 Leilões em 2016 – R$ 31,2 bilhões
- Investimentos em concessões existentes – 15,3 bilhões
História da Rodovia no Brasil
As estradas brasileiras tiveram sua construção iniciada apenas no século XIX, enquanto as rodovias só surgiram na década de1920, primeiramente no Nordeste, em programas de combate às secas. Em 1928 foi inaugurada a primeira rodovia pavimentada, a Rio-Petrópolis, hoje rodovia Washington Luís.
A partir das décadas de 1940 e 1950, a construção de rodovias ganhou poderoso impulso, devido a três fatores principais: a criação do Fundo Rodoviário Nacional, em 1946, que estabeleceu um imposto sobre combustíveis líquidos, usado para financiar a construção de estradas pelos estados e a União; a fundação da Petrobrás, em 1954, que passou a produzir asfalto em grande quantidade; e a implantação da indústria automobilística nacional, em 1957.
A mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília levou à criação de um novo e ambicioso plano rodoviário, para ligar a nova capital a todas as regiões do país. Entre as rodovias construídas a partir desse plano, destacam-se a Brasília-Acre e a Belém-Brasília, que se estende por 2.070km, um terço dos quais através da selva amazônica.
Em 1973 passou a vigorar o Plano Nacional de Viação, que modificou e definiu o sistema rodoviário federal. Compõe-se o sistema federal das seguintes rodovias: (1) oito rodovias radiais, com ponto inicial em Brasília e numeração iniciada por zero; (2) 14 rodovias longitudinais, no sentido norte-sul, com numeração iniciada em um; (3) 21rodovias transversais, no sentido leste-oeste, com numeração iniciada em dois; (4) 29 rodovias diagonais, cuja numeração começa em três; e (5) 78 rodovias de ligação entre cidades, com numeração iniciada em quatro.
Entre as rodovias mais modernas do Brasil estão a Presidente Castelo Branco, que liga São Paulo à região Centro-Oeste; a Torres-Osório, no Rio Grande do Sul; a Rio-Santos, que, como parte da BR-101, percorre o litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo; e a rodovia dos Imigrantes, de São Paulo a Santos.
As dificuldades econômicas do país, a partir do final da década de 1970, causaram uma progressiva degradação da rede rodoviária. A construção de novas estradas foi praticamente paralisada ou se manteve apenas setorialmente e em ritmo muito lento. A manutenção deixou de obedecer a requisitos elementares. Tal situação acarretava perda de vidas em acidentes e atropelamentos, sem contar os graves prejuízos causados a setores essenciais da economia.
Fonte: portogente.com.br